Ensino superior politécnico cresceu 40% em diplomados e 28% em estudantes inscritos.

Para a presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, dados apurados pela DGEEC fazem prova da “resiliência e da confiança” neste subsistema de ensino, que passará a ter mais impacto com a designação de Universidades Politécnicas e a atribuição do grau de doutor
O subsistema público de ensino superior politécnico apresenta uma elevada taxa de crescimento na última meia dezena de anos. De acordo com o mais recente conjunto de indicadores apurados pela Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), do ano letivo 2015/16 para o relativo a 2021/22 (primeiro semestre), o crescimento ao nível de estudantes inscritos superou os 28%, ao passo que, no patamar de diplomados, o incremento ultrapassou os 40% (tomando aqui como período temporal comparativo o ano letivo de 2020/21, pois que os números referentes ao 2021/22 ainda não estão disponíveis).
De acordo com Maria José Fernandes, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), esta realidade estatística “é reveladora da resiliência e da confiança no ensino superior politécnico, o que se traduziu num aumento crescente da procura por este subsistema nas últimas décadas”.
Para o CCISP, os dados coligidos pela DGEEC permitem concluir que as instituições politécnicas estão numa fase muito relevante de afirmação plena e de elevado crescimento, tanto ao nível nacional como internacional.
Segundo a referida responsável do CCISP, a análise que resulta da estatística “espelha, inequivocamente, a maior atratividade dos Politécnicos”. Além da procura crescente pela formação politécnica, patenteada no Concurso Nacional de Acesso, os números da DGEEC evidenciam ainda um “forte crescimento” no número de estudantes internacionais, bem como a atração de inscritos em Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP).
Os indicadores avançados permitem, na perspetiva de Maria José Fernandes, “constatar a qualidade das formações ministradas e a diversidade da oferta formativa do ensino superior politécnico”. Ou seja, nas palavras da presidente do CCISP, comprova-se que este subsistema responde “cabalmente aos desafios da sociedade e dos novos públicos”, ao mesmo tempo exibe uma “forte capacidade de cooperação com o tecido empresarial”.
“Os diplomados dos últimos anos do ensino politécnico são resultado da exigência imprimida na capacidade de investigação com impacto dos membros do CCISP, que respondem de uma forma assertiva às necessidades dos territórios e das regiões, no âmbito de uma formação que foi vocacionada para a aposta em modelos assentes na geração de conhecimento e de inovação, com uma estreita relação com o sistema científico e tecnológico nacional”, enfatiza Maria José Fernandes.
No seguimento do que tem vindo a defender o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Maria José Fernandes entende que se “reveste do maior caráter de urgência”, primeiro, a alteração da designação de Politécnicos para Universidades Politécnicas, bem como, depois, a “possibilidade legal e formal dos seus membros outorgarem o grau de doutor” – uma dupla pretensão que, aliás, “viu-se reconhecida pela Assembleia da República Portuguesa em 24 de junho último, com expressa votação eximida por unanimidade à Iniciativa Legislativa” (de cidadãos) a respeito do tema.
A presidente do CCISP acredita, por isso, que os inúmeros sucessos conseguidos até à data, nas condições existentes, ver-se-ão “amplamente reforçados” com a aceitação destas duas propostas estratégicas, para se “prepararem os desafios futuros do subsistema politécnico, quer ao nível nacional quer internacional”.
